24 setembro, 2005

O Estado Poético

Este artigo será de uma certa forma exclusividade de minha sala de direito.
Nesta última sexta-feira (agora é sábado de madrugada que escrevo, estou sem sono), todos tiveram a oportunidade de aprender algo sobre o Estado Ético e o Estado Poiético. Agora desejo falar sobre o Estado Poético.
Creio que todos nós queriamos viver num mundo imaginário chamado Estado Ético. É obvio que os senhores sabem que isso não é a realidade. Mas vejam a contradição, isso é perfeitamente aceitavel e pensavel, nossa razão a compreende e a transforma num mundo real em nossa imaginação. Vejam os filosofos, sempre pensando num mundo perfeito, ideal e por ai vai.
O Estado Poiético foi uma tentativa de criar a realidade na nossa imaginação. Mas não a conseguimos, porque nossa racionalidade não consegue pensar a realidade. Nossa razão não a aceita, porque a realidade é ilógica. Então tentamos enxerga-la usando de outros meios e outros pontos de vista que a tornam lógica, porém imprecisa.
Mas o estado Poético se encontra perfeitamente com a realidade, inclusive é a realidade em si. Ela é totalmente irracional, nós não conseguimos entende-la, da mesma forma que uma poesia(mesmo que tentemos dizer que é possível interpreta-la). Nossa racionalidade não consegue imaginar o Estado Poético, porque senão eu teria posto outro nome, e não tentariamos criar modelos de realidade. A realidade é inimaginavel, ilógico e irracional, está além dos sonhos. E apesar de ser algo tão inimaginável, é algo que existe, algo que se pode tocar, algo que se sente, é algo poético. Por isso, o Estado Poético ficará mesmo somente na poesia, na livre interpretação do que você deseja ver. Mesmo até esse artigo morrerá nisso. Eu escrevo uma irracionalidade que nem eu mesmo entendo direito, mas ela ta lá, onde os poetas formam sua poesia. Eu apenas resolvi contar isso em prosa, pra ver se alguem prese pela realidade tão inadimplente em que vivemos.

Dr. Saulo e o estado ético da sala 1302(ou 1301, sei lá)

Dr. Saulo já se encontra impregnado do Estado Ético em sua alma, digo em sua racionalidade. Sua alma se encontra impregnada do Estado poético. Essa luta deve ser tremenda em sua mente. Tanta que ele já até deixou de escutar a realidade, está tentando realmente viver num estado ético. Ora, tenho meus motivos para pensar assim. Os senhores ao abrirem a boca para se dirigir ao Dr. Saulo será a mesma coisa que falar a uma parede (na verdade não porque pelo menos os senhores escutam o eco). Porém depois de alguma monta, ele responderá para o corrigir. Ele deve fazer isso porque, segundo ele mesmo disse, o todo, o pensamento do todo deve ser pensado por uns poucos, os intelectuais. Pois bem, na sala o único intelectual é o Dr. Saulo e nós não (e verdade seja dita, não somos mesmo), então devemos apenas escuta-lo. E a sua autoridade jamais deve ser questionada. Ele encarna a figura do Estado Ético, que mantém a ordem social do Todo pensada pelo intelectual (Dr. Saulo) através da coerção de faltas e possiveis puxões de orelha, de forma a aceitarmos o poder político porque sentimos que o Todo segue ao que queremos (o que não deixa de ser verdade, queremos aprender, não é?). Mas depois dessa explicação toda, eu deixo minha impressão sobre o caso. Eu até que gosto do Estado Ético em que vivemos na sala, mesmo porque são só por algumas horas. Vivamos o Estado Ético, aproveitemos, porque o Dr. Saulo, devo confidenciar aos senhores, um dia será uma grande lenda na nossa escola e na nossa sociedade do Estado Poético (se já não o for).